Terça-feira, 19 de Maio de 2009

Quasar, a Estrela Oca

 

 

 

Mas os quasares não apareceram antes das galáxias?” intervém a silenciosa Ana.
 
Sim...”
 
A minha cabeça gosta de organizar as coisas cronologicamente...”
 
Está bem, Ana, vamos então primeiro aos quasares, deixo as galáxias para depois, como posso eu resistir a esse pedido tão suave...”. A Ana corou mas não ficou mais corada do que eu.
 
Já percebemos que as bolhas fatalmente se intersectam; as bolhas têm diferentes tamanhos e nascem a diferentes distâncias umas das outras, o que origina situações de intersecção variadas. No entanto, a distribuição de tamanhos e distâncias tem uma dispersão pequena, o que significa que o encontro quase simultâneo de bolhas quase iguais não é um acontecimento improvável.” Faço uma pausa para despertar uma interrogação nas cabeças dos meus atentos companheiros.
 
E...”
 
Vamos analisar uma situação ideal em que 6 bolhas iguais se encontram simultaneamente. Nesta figura tenho a representação do corte:” Abro mais uma figura no portátil.
 
 
 
 
 
Vejamos agora a evolução”, abro nova figura:
 
 
 
 
Portanto, o que acontece é que a matéria que fica no interior das 6 bolhas vai ser comprimida pelo campo das bolhas, formando uma estrutura interior, que vai tender para uma esfera. Na sua casca está toda a matéria das 6 calotes das bolhas originais presas no espaço interior.”
 
Estou a perceber, é a matéria que corresponde ao volume de espaço interior ao quadrado azul...”
 
Isso mesmo Ana. Se fizermos as contas, verificamos que numa situação típica a formação interior inicia-se quando o raio médio das bolhas é metade da distância média, originando uma estrutura interior com um raio da ordem da dezena de milhão de anos-luz e uma velocidade de contracção da ordem da centena de km/s, isto lá para um redshift de 6 ou 7, e que por volta dum redshift de 4 a velocidade de contracção é da ordem dos milhares de km/s e a dimensão do raio é da ordem de grandeza do de uma galáxia. A massa da casca é mais de uma dezena de vezes a da nossa galáxia gigante.”
 
E?”
 
Podemos agora ignorar os campos das bolhas e fazer as contas a partir do campo gravítico da matéria desta estrutura interior, que é agora uma esfera praticamente oca. O colapso é muito rápido, as dimensões da esfera reduzem-se à centésima ou milésima parte do ano-luz, a ordem de grandeza do sistema solar, e a pressão cinética da matéria na casca torna-se suficiente para iniciar a fusão nuclear; toda a casca é como se fosse uma estrela distribuída. O Quasar é uma gigantesca estrela oca, com a massa de várias galáxias, libertando uma energia milhões de milhões de vezes maior do que o Sol.” Calei-me, podia ver a imagem da imensa estrela oca do tamanho do sistema solar a brilhar nos olhos fascinados da Luísa e da Ana.
 
Então um quasar não é produzido por um buraco negro?”
 
É exactamente ao contrário, Luísa! O quasar não é produzido pela atracção gravítica dum minúsculo buraco negro no centro duma nuvem de matéria, mas pela repulsão gravítica de um gigantesco vazio exterior ao quasar.”
 
Tinha de ser... as tuas explicações são sempre ao contrário...”
 
O Einstein avisou que Deus é subtil... mas não é malicioso, pois, como vêm, é tudo lógico. As coisas nunca são o que nos parecem mas o problema está em nós, pois é tudo o mais simples e lógico que pode ser.”
 
E essa tua explicação está de acordo com as observações cósmicas?”
 
Completamente. A distribuição dos quasares é isotrópica, como resulta deste cenário, o que seria altamente improvável se eles estivessem associados a galáxias como pretende a explicação oficial; as riscas de absorção dos quasares mais antigos (z>6) mostram que o espaço nessa altura estava preenchido com gás neutro, ou seja, não havia fontes de radiação anteriores; as riscas espectrais são muito alargadas, indicando elevada velocidade do gás; e a radiação é «não-térmica», isto é, a fusão não é devida à pressão gravítica de uma camada de matéria, como nas estrelas, mas devida à pressão cinética das partículas. Os cálculos de redshift, massa e energia estão de acordo com as observações. E não precisamos nem da intervenção divina nem de matéria negra nem de um buraco negro.”
 
Não olhem para mim à procura de aprovação ou contestação do que disse o Jorge; ele está a desenvolver um cenário muito diferente do que conheço, tenho de o ouvir até ao fim para poder ajuizar.”
 
Vamos agora então às galáxias?”
 
 
publicado por alf às 13:40
link | comentar | ver comentários (8) | favorito

.ATENÇÃO: Este blogue é um olhar para além das fronteiras do Conhecimento actual. Não usar estas ideias em exames de Física do Liceu ou da Universidade.

.pesquisar

 

.posts recentes

. paciência, muita paciênci...

. Listem

. A Self-similar model of t...

. Generalizando o Princípio...

. Generalizando o Princípio...

. O Voo do Pombo Correio

. A Relativistic Theory of ...

. Como modelar uma nova teo...

. A Relativistic Theory of ...

. Abstract

.arquivos

. Março 2012

. Julho 2011

. Março 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

.links

blogs SAPO

.subscrever feeds