A composite image of the Crab Nebula showing the X-ray (blue), and optical (red) images superimposed. The size of the X-ray image is smaller because the higher energy X-ray emitting electrons radiate away their energy more quickly than the lower energy optically emitting electrons as they move. (NASA e ESA)
“Hummm.... antes de vermos as bolhas crescerem talvez seja bom termos uma ideia da enorme viagem que a matéria tem de fazer para chegar ao arranjo actual e das coisas que a matéria constrói... como já vimos, a densidade média da matéria no Universo é muito baixa...”
“Sim, já referiste Jorge, uma molécula de hidrogénio por cada 10 m3... ou seja, um protão por 5 m3... o que dá ...”
“Não te canses Mário hehe. É cerca de 4x10–28 Kg/m3; calcula lá agora quantos m3 de espaço foi necessário «varrer» para juntar a matéria necessária ao corpito da Ana... deves pesar uns 50 quilitos, não é Ana!”
“49!”
“Para 40 quilos até eu sei fazer de cabeça!” dispara a Luísa. “É muito fácil: 1029 m3!”
“E isso é muito ou pouco?”
“Ora em km3 são... 1020 km3... parece-me muito... quanto é o volume da Terra?”
“Da ordem dos 1012 km3...”
“Livra... então é o volume de... 100 milhões de Terras! Ana, já viste o que o Universo investiu em ti? Todo o conteúdo material de uma porção do espaço igual a 100 milhões de Terras!!!!”
“Tu não saberás Luísa, mas não é só o conteúdo material desse espaço todo que em mim se condensa...” a Ana falou com voz profunda e um estranho olhar. Reagimos com um riso nervoso, que mais podemos fazer? Optei por continuar a conversa:
“Então imagina agora o volume de espaço que é preciso esvaziar para juntar a matéria da nossa galáxia, que será cerca de 1040 vezes a massa da Ana.”
“Sei lá imaginar isso... dá-me um número!”
“O número é... uma esfera com um raio de uns 1020 km, ou seja, uns 10 milhões de anos-luz.”
“Então, se os vazios têm raios médios de 50 a 100 milhões de anos-luz, a matéria que existia em cada um deles forma agora... até umas 1000 galáxias como a nossa...”
“Pois é Luísa, embora as estimativas da massa das galáxias não sejam de grande confiança, mas será mais ou menos isso.”
“E os quasares, o que são?”
“Os quasares são objectos de aparência compacta, daí o nome, que significa «quase estelar», quase uma estrela, mas emite mais luz do que uma galáxia inteira, imagina! O quasar que recebemos com mais luminosidade emite 100 vezes mais luz do que a nossa galáxia, ou seja, 2x1012 vezes o que o Sol emite! Se estivesse a 33 anos-luz de nós, o que é quase 10 vezes a distância à Alfa de Centauro, iluminar-nos-ia como o Sol. Mas há quasares mais antigos, logo distantes, que emitem muito mais luz do que este. O único processo imaginável que poderia libertar tais quantidades de luz em objectos compactos é a queda gravitacional num buraco negro.”
“E têm outras particularidades, de que saliento duas: parecem distribuir-se uniformemente no espaço e existem numa faixa de redshift entre 0,06 e 6,5, sendo mais frequentes para redshifts entre 1,5 e 2. Ou seja, não há nenhum recente, no Universo actual já não existem quasares, todos os que se formaram desapareceram e já não se formam mais.”
“Desapareceram? Como é possível?”
“Ora, isso é fácil de perceber: um quasar não pode durar mais que poucos milhões de anos, pois consumirá a matéria de umas 10 Terras por minuto, ou perto de 1000 estrelas como o Sol por ano – repara, o Sol levará da ordem da dezena de milhar de milhões de anos para se consumir, mas um quasar pode consumir um «sol» a cada 3 ou 4 dias. Como os quasares mais próximos conhecidos estão a uns mil milhões de anos-luz, já se consumiram há muito. O que intriga é como se formaram tantos no passado – conhece-se actualmente cerca de 200 000 – e a sua formação ter cessado completamente há perto de mil milhões de anos.”
“Os quasares são muito especiais também porque os mais antigos serão anteriores às primeiras estrelas, serão a primeira fonte importante de radiação que existiu no Universo, o primeiro astro, a primeira Luz.”
“Então o «faça-se Luz» é... «faça-se os Quasares»!”
“Eheh, podes dizê-lo Luísa.O Universo ainda guarda muitos mistérios para nós; além dos quasares existem outras fontes de rádio compactas, no núcleo das galáxias, que se pensa serem impulsionadas por buracos negros; e existem ainda os extraordinários pulsares, que são objectos que têm períodos de rotação que, imaginem, podem ser da ordem do milissegundo, ou seja, chegam quase às mil rotações por segundo. E são tão precisos que podem suplantar os melhores relógios atómicos.”
“Mil rotações por segundo? Por segundo? Um corpo estelar pode girar a uma velocidade dessas? Não se desfaz? Como é possível??”
“Perguntas bem. Giram a essas velocidades espantosas e têm de ser astros importantes, doutra forma a sua radiação não poderia ser detectada por nós. Pensa-se que são estrelas de neutrões mas a teoria ainda não está concluída, além de que parece que existem diferentes tipos de pulsares, emitindo em bandas diferentes.”
“Estou siderada; dantes, a minha referência mais imensa era a galáxia; agora falam-me de vazios bordejados por milhares de galáxias, de estrelas que sozinhas emitem mais de cem vezes a luz da galáxia, de outras que rodam dez vezes mais depressa que um motor de automóvel...”
“O Universo é muito mais rápido, maior e mais forte do que poderíamos imaginar hehe... Citius, Altius, Fortis, como o lema dos jogos olímpicos.”
E Inteligente também, pensei.“Vamos agora ver o que acontece às bolhas quando crescem?”
. paciência, muita paciênci...
. Listem
. A Self-similar model of t...
. Generalizando o Princípio...
. Generalizando o Princípio...
. A Relativistic Theory of ...
. Como modelar uma nova teo...
. A Relativistic Theory of ...
. Abstract