Pois, explicar como se formou a estrutura em esponja... por onde hei de começar... “Bem, já vimos que a densidade de matéria é muito baixa, da ordem de uma molécula por cada 10 m3, e que, na distribuição inicial, as moléculas se deslocariam sem chocar umas com as outras...”
“Ah, sim,” a Luísa a puxar pela cabeça, “ o tal percurso livre médio era de milhões de quilómetros, não era?”
“Isso mesmo Luísa”, confirmo. “O que tem uma consequência, que é a criação de flutuações de densidade que podem ser significativas espacialmente. Ou seja, uma zona onde desapareça uma dezena de moléculas é um buraco na distribuição inicial de 100m3. E a probabilidade de ocorrência de zonas onde, por exemplo, uma centena de moléculas tenham velocidades iniciais que as levam a criar tal buraco não é absurda.”
Olho à volta, temendo estar a ser confuso; o Mário sossega-me:
“Estou a perceber-te; se fosse como num gás, onde as moléculas chocam constantemente e mudam de direcção para as zonas de menor densidade, a probabilidade de se formar um vazio de meia dúzia de moléculas que seja é insignificante, mas no teu cenário não é, esses vazios terão ocorrido com uma distância média que é calculável a partir da probabilidade do acontecimento”
“Isso mesmo Mário.” Respondo aliviado. “Vejamos agora as consequências de um pequeno vazio... humm.... creio que tenho aqui um boneco que fiz em tempos... ahh, cá está!” Encontrei o documento pretendido na pasta «antigos» e abri-o. Enfim, não será o ideal mas deve servir para agora... centrei-o no monitor do portátil e passei-o à Ana, que já se debruçava curiosa.
(clicar para ver)
“Vejam isso com calma e ponham as vossas dúvidas.”