No momento em que vou responder, a mensagem surge-me de novo na mente: « Lavrarás a terra onde semeares as ideias»; continuo sem bem entender o significado, penso que será um aviso para expôr as ideias sem pressas; quase automaticamente, a resposta já pensada sai-me:
“A Mão do Universo é Suave mas Firme.”
“Lá começas tu! Se eu não soubesse que não eras crente ia-me já embora!”
“Por outras palavras, quando não sabemos explicar algo fundamental recorremos a coisas como Deus, Acaso, Explosão. Uma «explosão» é uma explicação tão boa como Deus – tudo pode acontecer a partir de uma explosão, não é? Por isso, é uma explicação que nada explica, é apenas mais um nome para a nossa ignorância.”
“Estás a falar de quê? Do Big Bang?”
“Do Big Bang e não só. A evolução do Universo não resulta de acasos nem de explosões nem de catástrofes. Nós, na nossa ignorância, é que recorremos a essas explicações. Mas são todas erradas. Nem o Universo começou numa Explosão, nem o Sistema Solar ou a Vida são frutos do Acaso, nem os Dinossaurios foram extintos por um meteoro; por isso te digo que a mão do Universo é Suave, porque nada é fruto de Explosões, mas é Firme, porque também nada é fruto do Acaso.”
“Jorge”, o Mário põe-me a mão no ombro e olha-me bem de frente, “qualquer cientista digno do nome sabe isso perfeitamente; se pensares um pouco, como és um rapaz esperto, certamente perceberás que a Ciência não pode dizer, a respeito de algumas coisas, «não sabemos ainda»; e não é por causa da Ciência, é por causa dos humanos serem como são.”
O pensamento correu veloz e a compreensão atingiu-me e calou-me. O Mário percebe e conclui, definitivo:
“Não é com base em filosofias que podes contestar o Big Bang.”
“Nem preciso,” reajo, “a ideia de que o universo teria começado num ponto suporta-se unicamente na presunção de que a expansão corresponde de facto a um fenómeno físico. Sem isso, a ideia torna-se absurda, insustentável.”
“Claro! Mas não podemos negar que observamos essa expansão, que aumenta com a distância a nós!”
“Então podemos saber o tamanho do Universo...” A Ana pensativa... ou misteriosa, ocorre-me nem sei porquê.
“Claro que não! Porque dizes isso Ana?”
“Então, sendo a velocidade da Luz a velocidade máxima, o raio do Universo não pode ser maior que a sua idade multiplicada pela velocidade da luz!”
Mário e eu trocamos olhares que se perguntam: explicas tu ou explico eu?
“A velocidade em relação ao espaço é que tem limite; mas a velocidade de expansão do espaço não tem. Ou seja, em relação ao espaço, nenhum corpo pode mover-se mais depressa que a luz, mas o espaço pode expandir e afastar os corpos uns dos outros, como pontos na superfície de um balão que enche, a velocidades superiores à da luz, estás a perceber?”
“Não! Ou melhor, percebo o que estás a dizer mas não acredito nisso” exclama a Luísa. Mário vira-se para mim com ar de quem diz «vês como não é possível explicar-lhes isto?» Tomo a palavra:
“Luísa, antigamente pensava-se que o Universo inteiro rodava em torno da Terra em apenas 24h; diz-me lá se isso não é ainda mais extraordinário do que pensar que pontos distantes do Universo se afastam a velocidades superiores à da luz?”
“Pois, mas o movimento de rotação do Universo é aparente!! A Terra é que roda!”
“Claro, Luísa, e aqui é a mesma coisa! Nós encolhemos e, por isso, em relação a nós, o Universo apresenta uma expansão aparente, com uma velocidade proporcional à distância a nós e independente de quaisquer limites ou leis físicas, pois que se trata de uma velocidade aparente!” Luísa pensa uns segundos e exclama:
“Já percebi!”
Viro-me para o Mário, que me fita atónito: “Podes continuar”. “Nem vou discutir isso contigo” desabafa. Inspira. Continua:
“Portanto, zonas do Universo suficientemente distantes afastam-se com velocidade superior à da luz. É o que acontece em relação a nós com os astros com desvio espectral, ou «redshift», superior a 1, mais coisa menos coisa, dependendo do modelo.”
“Então, muitos dos astros que podemos ver afastam-se de nós a uma velocidade superior à da luz?”
“Claro!” Um silêncio é ravina entre a certeza dele e a dúvida delas. Aproveito:
“Observamos a expansão do Universo como observamos a sua rotação em 24 horas; uma, sugere-nos que o Universo começou num ponto, e a outra, que estamos no centro dele; mas nem uma nem outra são reais. No quadro do Desvanecimento não existe um fenómeno de expansão, logo, nada sustenta a ideia de um Universo que surge de um ponto que explode.”
“Então o Universo surge como, ò sabichão?” O piscar de olho para a Luísa sugere-me que ele está habituado a enfrentar contestações e a sair vitorioso.
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