13 comentários:
De alf a 6 de Novembro de 2008 às 11:50
Essa possibilidade é muito interessante.

Parece-me que pensar que electrão e protão se formaram ao mesmo tempo, têm uma origem comum, é de longe o mais razoável, o que explica que sejam em quantidades iguais - como dizes, qq outra ideia exige uma coincidência do tamanho do Universo.

No entanto, o meu pensamento tem sido o de que o processo que leva à criação da perturbação que identificamos como partícula é tal que gera logo o par de partículas - haveria uma alteração da estrutura do meio, um componente do meio que muda de sítio, gerando um «buraco» e um «grão», ou seja, um par protão/electrão. O neutrão seria a associação mais íntima possível do dois, uma espécie de mini átomo de hidrogénio.

A tua hipótese é uma inversão deste raciocínio. A chave para avaliar a validade duma qualquer hipótese estará em encontrar um processo capaz de gerar uma radiação que respeite exactamente a Lei de radiação de Planck, que é o que acontece com o CMB.

Essa lei define o espectro teórico, ideal, de uma radiação térmica, mas não conheço nenhuma situação real em que ela seja produzida com a exacta perfeição da lei - a única que lhe corresponde exactamente é o CMB. Sem ser um fenómeno «térmico» , que outros fenómenos podem produzir uma radiação que siga Lei de Planck?

Por último, falta uma radiação que deveria ser produzida no processo de formação de átomos: o espectro de emissão do hidrogénio. Estará perdida numa faixa do espectro que não foi analisada? Será ela o CMB? Adianto já o próximo post, dizendo-te que a minha ideia é a de que o CMB é o espectro de formação do hidrogénio inicial desviado cerca de 20000 vezes.

A tua hipótese abre outra possibilidade. Teria de analisar a radiação do decaimento do neutrão e ver como ela pode corresponder a uma Lei de Planck - que pode ser só o resultado de uma estatística de movimento.



De anonimodenome a 6 de Novembro de 2008 às 23:43
no cenário que coloquei, e estendendo um pouco mais o raciocínio, diria que as partículas (neutrões) não eram, nem são exactissimamente iguais.
Na física assume-se, ou presume-se sem discussão, que as partículas da mesma espécie são iguais,..se colocadas à mesma temperatura, momento angular,spin,etc ...
Mas serão ?
No passado distante aquando da geração, num tempo mais 'arrastado' qualquer pequena diferença teria sido diminuída milhares de vezes, ao ponto de ser agora imperceptível. o próprio intervalo de tempo durante o qual decorreu a dissociação dos neutrões poderia ser bastante longo no tempo de referência, que agora nos pareceria ainda um instante único.
coloquemos então uma sopa de neutrões lentos, elevada massa, perto uns dos outros, (as velocidades relativas entre eles são equivalentes às de hoje em circunstâncias equivalentes), e paulatinamente muitos vão decaíndo em p+,e-. Neste cenário a probabilidade de um protão chocar com um neutrão não dissociado é elevada. Com massas elevadas até podemos pensar que são atraídos gravitacionalmente entre eles. A distribuição das energias no choque protão+neutrão se calhar obedece a uma lei equivalente à térmica.
e não houve apenas lugar à criação do Hidrogénio, mas de muitos outros elementos com mais nucleões, 'quase a frio'.
Os elecrões foram progressivamene blindando electricamente os núcleos e a força gravitacional rápidamente perdeu eficácia com a diminuição das massas e aumento das distâncias.
Na bariogénese 'mainstream' o modelo não bate certo na totalidade com as percentagens de elementos observados globalmente no universo.
Talvez que seja uma hipótese a modelar para verificar a viabilidade.


De alf a 8 de Novembro de 2008 às 03:31
É uma hipótese interessante. Vamos ver o que o Jorge dirá...

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