De
alf a 8 de Novembro de 2009 às 18:39
O Einstein desenvolveu um modelo matemático em que a unidade de comprimento é o comprimento de uma «measuring rod», uma vara. Ele não presume que a vara seja invariante, antes pelo contrário, ele tem textos onde explica o espaço como sendo uma noção que resulta da justaposição dos corpos e explica a curvatura do espaço como o que acontece quando temos um chão de mosaicos de um material que dilata com o calor e sofre aquecimentos aqui e ali.
O modelo matemático do Einstein prescinde de um «meio» como prescinde de saber se os corpos são rígidos ou não. Porque essa é exactamente a caracteristica da Relatividade: se fizermos as contas como se fossemos um observador invariante no centro do universo, nomeadamente presumindo que a velocidade da luz é constante em relação a nós, as contas dão certo.
Só que isso não significa nem que os corpos sejam rigidos nem que o meio não exista nem que a velocidade da luz seja constante em relação a nós. Essa é apenas a ilusão que esta propriedade sustenta.
O Einstein defendeu que existia um meio, que associou ao conceito de campo.
Em resumo, uma coisa é um modelo matemático que nos permite fazer umas contas e dar certo; outra coisa é um modelo físico, que tem de ser consistente com a totalidade do conhecimento. O Einstein nunca confundiu as duas coisas e daí os seus conflitos posteriores com a comunidade científica que achava que se um modelo matemático correspondia às observações, esse modelo era a «realidade».